Necessidade X Vontade
A adolescência e a infância é marcada por uma fase da vida onde pode-se destacar, como exemplo, a idade escolar, que se caracteriza por um período em que a criança apresenta um metabolismo muito mais intenso quando comparado ao do adulto, porém as preferências alimentares dos mais jovens, nem sempre recaem sobre os alimentos considerados mais saudáveis, e com o sedentarismo, ocorre um crescimento da prevalência de obesidade entre esses indivíduos (DANELON; DANELON; SILVA, 2006).
Período escolar
Hoje em dia muitas escolas, preocupadas com a saúde das crianças e adolescentes, estão procurando ajuda profissional para se orientar sobre a alimentação saudável. Segundo alguns autores a escola é um ambiente propício para o desenvolvimento de estratégias nutricionais, por ser um local onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo, aprendendo, trabalhando e convivendo (CARTILHA, 2007). Mas por outro lado, estudos demonstram que os alimentos das cantinas escolares são muito energéticos, ricos em açúcares, gorduras e sal, indicando a preferência dos estudantes pelos mesmos. Essa realidade necessita ser modificada, e a cantina deve ser um espaço que reforce e estimule a prática de hábitos alimentares saudáveis, abordados pelo educador nas aulas (SCHMITZ et al., 2008).
O que crianças e adolescentes pensam sobre alimentação saudável?
Muitas delas não sabem o que é ter uma alimentação saudável, um estudo feito por Rodrigues e Boog (2006), com adolescentes obesos com idades entre 11 e 16 anos observaram que a utilização dos alimentos está representada e reduzida para os adolescentes a duas possibilidades: comer certo e comer errado. Na percepção dos adolescentes, o comer certo deve ser seguido de atividade física imediata, que então é realizada sem nenhum prazer, com o objetivo de queimar as calorias advindas dos alimentos previamente consumidos. O comer certo torna-se um ideal inatingível porque é percebido como restrição e anulação do prazer, implicando portanto, a exclusão sumária de um grande número de alimentos que fazem parte da cultura alimentar e da vida social.
Atitudes que não ajudam a mudar os hábitos alimentares
Alguns estudos revelam que existe um baixo consumo de frutas, legumes e verduras, ou seja, uma dieta pobre em fibras e que o consumo de diário de refrigerante, doces e salgadinhos vem aumentando (NEUTZLING et al., 2006; NUNES et La., 2007; ENES; SLATER, 2010).
Muitos pais e responsáveis, preocupados com a alimentação e saúde de seus filhos tentam modificar essa realidade, porem alguns cuidados devem ser tomados, pois algumas atitudes podem prejudicar essa educação, atitudes como:
• Oferecer comida como recompensa (um exemplo é só dar sobremesa se comer tudo).
• Ameaça-la se não comer salada; atitude que pode criar uma aversão maior a verduras e legumes.
• Não dar o exemplo. Seus filhos são sua imagem, o que você fizer eles vão imitar, portanto, se quer que seu filho tenha uma alimentação saudável comece mudando seus hábitos.
• Ceder no primeiro "não gosto", sempre ofereça e insita para que ele experiente, mostre a ele como é bom provar alimentos novos, além de mudar a forma de apresentação e preparo.
• Deixar a criança sentar na frente da Tv ou videogame na hora da refeição; a refeição da criança deve ser servida na mesa, junto com os adultos.
• Não estabelecer horários para as refeições; as crianças necessitam de regras e horários para se alimentar.
Então como mudar os hábitos alimentares de adolescentes e crianças?
- Se preocupe com o que ele esta comendo no recreio; se a cantina da escola não proporcionar uma alimentação saudável mande frutas, e lanches naturais pra ele consumir no intervalo.
- Sempre em sua casa faça pratos coloridos e enfeitados; assim despertara a imaginação e curiosidade dele.
- Se houver algum alimento que ele não goste, tente preparado de maneiras diferentes que possa agradar o gosto dele.
- Tente fazer com que ele te ajude na hora da preparação dos alimentos, não como uma obrigação mais sim como diversão.
- Evite oferecer refrigerantes; incentive ele a toma suco de frutas naturais e tome cuidado com a quantidade de açúcar.
- Não o reprima para não a comer doces; mais ensine ele a ler o rótulo e comer só uma porção diária, exemplo, se a porção diária de bolacha são 4 unidades, ele poderá comer 4 bolachas diariamente.
DICA: Se seu filho está acima do peso e você está com dúvidas sobre o que fazer, procure um nutricionista e evite que ele tenha problemas de saúde futuramente.
Fontes:
- DANELON, M. A. S.; DANELON, M. S.; SILVA, M. V. Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação Escolar e das cantinas. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v.13, n.1, p.85-94, 2006.
- ENES, C. C.; SLATER, B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes.Rev. bras. epidemiol, São Paulo, v.13, n.1, p. 163-171, mar. 2010.
- NEUTZLING, M. B. et al. Frequência de consumo de dietas ricas em gordura e pobres em fibra entre adolescentes. Revista de Saúde Pública, Pelotas, v.41, n.3, p.336-342, jan.2007.
- NUNES, M. M. A. et al. Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares entre adolescentes de diferentes classes econômicas em Campina Grande (PB).Rev. Assoc. Med. Bras, São Paulo,v.53, n.2, p. 130-134, mar. 2007.
- RODRIGUES, E. M.; BOOG, M. C. F. Problematização como estratégia de educação nutricional com adolescentes obesos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n.5, p. 923-931, mai. 2006.
- SCHMITZ, B. A. S. et al., A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.24, n.2, p.312-322, mai. 2008.
- BRASIL. Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação. Planejamento e preparo de alimento. Disponível em: