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Alimentos Industrializados e a Gorduras Trans



Quando começou e porquê?

O uso de gorduras parcialmente hidrogenadas acelerou-se a partir da década de 1960, em resposta às recomendações contra o consumo de gordura animal rica em gorduras saturadas e colesterol, devido aos efeitos deletérios destes sobre o perfil lipídico e o risco de aterosclerose (ECKEL et al, 2006).

Como são geradas e para que servem?

A gordura trans é gerada pelo processo de hidrogenação parcial dos ácidos graxos polinsaturados e é utilizado de forma abrangente na indústria alimentar (ECKEL et al, 2006). As gorduras trans são utilizadas para melhorar a consistência dos alimentos e também aumentar a vida de prateleira de alguns produtos (APAN, 2012).


Gordura trans faz mal a saúde?

Sim, recentemente, Mozaffarian et al. (2006) demonstraram que um aumento de 2% na energia consumida como ácidos graxos trans associa-se de forma inequívoca a um aumento de 23% na incidência de doença arterial coronária.

O consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras trans pode causar o aumento do colesterol total e ainda do colesterol ruim e a redução dos níveis de colesterol bom. É importante lembrar que não há informação disponível que mostre benefícios à saúde a partir do consumo de gordura trans (APAN, 2012).


Quais são os alimentos ricos em gorduras trans? 

A grande maioria dos alimentos que contém gorduras trans são alimentos industrializados, como alguns sorvetes, salgadinhos de pacote, bolos industrializados, biscoitos recheados, alimentos congelados, entre outros. 



Sabendo dos malefícios da gordura trans o que o governo tem feito?

Entidades governamentais de vários países, incluindo o Brasil, sugeriram diminuição no consumo deste tipo de gordura e legislaram que estes ácidos graxos devem ter sua quantidade informada no rótulo dos alimentos. 

Consequentemente, muitas indústrias e cadeias de restaurantes vêm retirando ou minimizando a quantidade de ácidos graxos trans dos seus produtos e usando a alegação 0% de gordura trans como uma medida boa para saúde (GAGLIARDI et al., 2009).


Porém...
Alguns estudos mostram que algumas indústrias estão trocando gordura trans por gordura saturada. Como o estudo de GAGLIARDI et al. (2009), que mostra que apesar da redução nas quantidades de ácidos graxos trans, os alimentos analisados contêm grandes quantidades de gorduras saturadas. 


Qual é o problema da troca de gordura trans por gordura saturada 

O problema do consumo frequente de alimentos ricos em gordura saturada é que normalmente não são consumidos como única fonte de gordura saturada do dia, existindo grande probabilidade de ingestão exagerada desta gordura, o que pode ocasionar em alterações desfavoráveis no perfil lipídico plasmático (GAGLIARDI et al., 2009).

Além da alta quantidade de gordura saturada, pode-se observar a grande densidade calórica dos alimentos. A ingestão aumentada de calorias pode acarretar em obesidade, hipertensão, dislipidemia, resistência insulínica e diabetes tipo 2, que são importantes fatores de risco para doença cardiovascular. Portanto, além de verificar a quantidade e o perfil das gorduras, atenção deve ser dada a sua quantidade calórica (GAGLIARDI et al., 2009).


Qual gordura a indústria poderia utilizar.

O óleo de palma é uma alternativa aceitável para a indústria por preservar características de palatabilidade e conservação dos alimentos. Contudo do ponto de vista nutricional óleos vegetais não-hidrogenados (ex: soja, canola, milho, girassol) produzem melhores efeitos no perfil lipídico, se comparados ao óleo de palma ou a óleos hidrogenados, e estes é que devem ser os preferidos (LIU et al, 2002). 

Como controlar a ingestão desses alimentos?

Sempre uma boa opção é a leitura dos rótulos, pois permitem verificar quais nutrientes e quantidades que o aquele alimentos é composto. A partir disso, é possível fazer escolhas mais saudáveis, dando preferência a alimentos com baixa quantidade de gordura e calorias. 

Como falamos de gordura é importante que os alimentos tenham pequenas quantidades de gorduras saturadas, trans e uma boa relação dos ácidos graxos polinsaturados que são o ômega 3 (w-3) e ômega 6 (w-6).


Referencias:

Eckel RH, Borra S, Lichtenstein AH, Yin-Piazza SY. Understanding the complexity of trans fatty acid reduction in the American diet. American Heart Association trans fat conference 2006 report of trans fat conference planning group. Circulation. 2007.

GAGLIARDI, A. C. M.; MANCINI F., SANTOS, R. D. Perfil nutricional de alimentos com alegação de zero gordura trans. Rev. Assoc. Med. Bras. v.55, n.1, p. 50-53, 2009.

Liu Q, S. S.; Green A. High-oleic and high-stearic cottonsed oils: nutritionally improved cooking oils developed using gene silencing. J Am Coll Nutr. v.21, p. 205-211, 2002. 
Mensink R.P., Zock P.L., Kester A.D.M, Katan M.B. Effects of dietary fatty acids and carbohydrates on ratio of serum total to HDL cholesterol and on serum lipids and apolipoproteins; a metanalysis of 60 controlled trials. Am J Clin Nutr. v.77, p.1146-55, 2003. 

Mozaffarian D., Katan M.B., Ascherio A., Stampfer M.J., Willett. Trans fatty acids and cardiovascular disease. N Engl J Med. v.354, p.1601-13, 2006.  

BRASIL. Associação Paulista de Nutrição. Você conhece a GORDURA TRANS?
Disponível em: http://www.apanutri.com.br/2008/asp/artigos.asp?id=18
Acesso em: 16. 10.2012















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